- “Como achar a apetecida
felicidade absoluta?”
E um eco me disse:
- “Luta!”
Lutei. - “Como hei de a esta pena
dar a cadência serena
que suaviza, embala e encanta?”
O eco, então, me disse:
- “Canta!”
Cantei. - “Mas, como, num verso,
resumir todo o universo
que em mim vibra, esplende e clama?”
então, o eco me disse:
- “Ama!”
Amei. - “Como achar agora
a alma simples que eu pus fora
pelo prazer de buscá-la?”
O eco, então, me disse:
- “Cala!”
Calei-me. E ele, então, calou-se.
Nunca vi a vida tão doce…
Tudo é mais lindo a meu lado:
Mais lindo, porque calado.
Um soneto - Guilherme de Almeida